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quinta-feira, 21 de julho de 2016

Qual o preço do silêncio?

 Esse menino não tinha voz, sequer emitia algum tipo de som. Sua boca nunca precisara ser usada antes, pois não entendia qual o sentido de sua existência.
O maior problema era o quanto ele sabia. Todo seu conhecimento, sua experiência, seus pensamentos e segredos guardados dentro de si e que nunca seriam exposto.
Pobre menino, mal sabia ele que seu grande sonho poderia virar seu grande pesadelo. Mas que mal faria algumas palavras? Que mal faria alguns segredos?
Em vez de ir procurar a cura para o seu mal, ele passou a observar as pessoas que possuíam algum domínio da fala.
Quanto mais observava, mais entendia que ninguém possuía tal domínio…

O tempo passou e um belo dia o homem, que deixara de ser menino, pensou ter adquirido o dom da fala. De tanto observar os outros falando, o homem decidiu então abrir sua boca e falar tudo que vinha a sua mente. Dali em diante nunca mais se viu tal homem. Exato! Sem vestígios ou pistas o homem simplesmente desapareceu. Nem ao menos uma carta escrevera… Ninguém sabe ao certo, como ou porque o homem sumira. O que se sabe é que sumiu. Nem ao menos sabe-se quantos segredos ou experiências ele passara aos demais homens, apenas que suas últimas palavras foram… O silêncio é gratuito!

Meu eu interior

Sabe aquela sensação de quando você chega em casa, tira os sapatos, tira aquele uniforme suado do trabalho, toma um banho e senta numa poltrona grande e confortável? Então, é a mesma sensação que sinto ao voltar a escrever. É o momento em que baixo a guarda, o momento que estou mais vulnerável, onde tudo dentro de mim fica totalmente exposto. Quando me sento e começo a escrever, o espírito que habita dentro de mim, minha alma, ou qualquer coisa que acredite, fica desprotegido. Fico vulnerável, pois, esse ser que se liberta quando estou escrevendo, é meio frágil, predisposto e suscetível ao exterior. Por isso mantenho sempre a guarda alta, para que possa proteger e guardar de qualquer mal que possa ferir meu espírito.
O retorno é sempre melhor, pois a vontade de se libertar é muito grande, então as palavras costumam fluir sempre naturalmente, sem controle, às vezes sem nexo, mas que importância tem o nexo quando não há limites para o imaginário? 
Esse "ser" que habita dentro de mim é composto por todos os sentimentos bons, que guardo e escondo das pessoas. Quanto mais sentimentos bons, maior esse "ser" fica, e quanto maior fica, mais difícil fica de manter guardado.
A olho nu, sou um ogro, grosso, sem coração e desprezível. Porém, quando me vê completamente vulnerável, de guarda baixa, não dá pra compreender de onde vem tudo isso.
As pessoas costuma achar meio louco meu jeito de lhe dar com a vida, onde o "meu eu interior" que é carismático, domável e gentil fica guardado a sete chaves, enquanto "meu eu" estúpido, pretensioso e arrogante fica exposto.
Costumo pensar que a pessoa que ficar ao meu lado, mesmo eu sendo estupido, pretensioso e arrogante, merece muito mais o meu eu carismático, domável e gentil. Não sou o tipo de pessoa que mostra o lado bom primeiro. Depois de conquistado a pessoa, aí sim, apresento esse lado. Penso que, se a pessoa suportou o meu lado ruim, ela merece conhecer meu lado bom.
Não sei se trata de uma psicologia reversa, não sei se aplica a esse tipo de caso, contudo, pra mim, este método não tem desapontado.

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