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domingo, 31 de julho de 2016

Não levante da cama.

Certa noite estava eu ali, sentada na cama, olhando fotos antigas, como costumávamos fazer antes dele partir. Ao ver ele na foto uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Pensei ter ouvido um barulho de passos na cozinha, fiquei assustada óbvio, estava completamente sozinha. Não sou muito corajosa, mas usei a coragem que ainda me restava, e levantei da cama para olhar. O local estava como de costume, normal e sem ninguém aparentemente. Voltei para o quarto e as fotos estavam jogadas no chão.
Tenho certeza de ter deixado-às em cima da cama. Como foram parar ali? Quando me debrucei para apanha-las, senti uma respiração profunda e lenta que vinha do canto da cama. Ao olhar para o canto da cama não vi nada. Apanhei as fotos e resolvi guarda-las, mas algo estava errado, a do Pedro não estava mais ali. Quando olhei no chão para ver se achava, senti outra vez a respiração profunda e lenta, mas dessa vez pude senti-la perto do meu pescoço. Percebi na hora, não me lembro de ter sentado desse lado da cama, esse lado é do Pedro. Foi quando eu ouvi uma respiração profunda, só que mais lenta, mais fraca, e que já não pairava sobre meus ombros, e de repente ela cessou. Fiquei a noite toda em um silêncio absoluto... Não consegui dormir naquela noite!
Quando a porta da sala abriu sai em disparada para os braços de Pedro, o choro escorria pelo rosto, não consegui explicar o que acontecerá.
Até hoje Pedro não consegue mais viajar a trabalho e me deixar sozinha, acho que ele não viu a sombra que estava no quarto ao lado da cama.

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