Encolhida
no canto da cama, chorando, com um ar de que não queria brigar por
ciúmes. Ainda mais por causa de uns amigos de trabalho. Carlos,
pegando suas coisas que estavam na cozinha, seu capacete, suas chaves
que estavam na mesa, sua jaqueta e mochila, apenas se despediu e
saiu pela porta sem dizer mais nada. Após toda aquela discussão.
Liza, ainda aos prantos , resolve tomar um banho.
Após o banho, ligou a
televisão para tentar distrair a cabeça, mas não conseguia
esquecer de Carlos saindo pela porta com tanta raiva e ciúmes. Liza
acabou pegando no sono, na sala assistindo televisão. Um súbito
barulho na cozinha acordou-lhe. Pensara logo mil coisas ruins
que poderiam ser. Tateou as mãos à procura dos seus óculos na mesinha da sala, mas não os encontrou. Deve ter esquecido no banheiro.
Decidiu levantar e olhar a cozinha. Não havia sinal de nada, nem
de ninguém. Quando virou-se, havia uma figura de um
homem, parado a porta, de costas para ela, tateou a mão na bancada a
procura de uma faca, mas quando voltou para ameaçar o
indivíduo com a faca que acabara de achar, já não estava mais ali,
ele sumira. A porta estava entreaberta. Liza correu
para a sala pegou o telefone e ligou para Carlos, só chamava, então
ligou para seu pai, que logo chegou a casa dela, já que morava a
três quadras dali. Com medo pediu para que seu pai dormisse com ela.
Na manhã seguinte, descreveu aos policiais o que o rapaz misterioso usava: - ...Uma
calça jeans surrada e uma jaqueta de couro preta... Não deu
para ver seu rosto porque estava de costas. - Disse também que não
lembrava muito bem de sua aparência, pois estava sem seus óculos. Contou-lhes apenas que parecia estar cabisbaixo e com os ombros caídos. Nesse momento o interrogatório foi interrompido pelo o toque do telefone de Liza. Era a mãe de Carlos… no meio da ligação, Liza, incrédula, se joga no chão aos prantos em desespero e desgosto…
No telefone, a mãe de Carlos, em lágrimas, dizendo a hora e o local do
enterro do filho.